Quando falamos de autismo, um dos aspectos mais intrigantes e desafiadores são as questões sensoriais. Essas experiências podem variar significativamente entre meninos e meninas, influenciando tanto o diagnóstico quanto as estratégias de intervenção.
O que são questões sensoriais no autismo?
As questões sensoriais referem-se à forma como o cérebro processa estímulos do ambiente. Isso pode incluir uma hiper-responsividade (reagir intensamente a estímulos como luz, som ou textura) ou uma hipo-responsividade (falta de reação a esses mesmos estímulos).
Indivíduos autistas frequentemente enfrentam desafios relacionados a:
– Sons altos e inesperados.
– Texturas de roupas ou alimentos.
– Luzes brilhantes ou piscando.
– Contato físico, como abraços.
Diferenças entre meninos e meninas
Estudos mostram que meninos e meninas podem apresentar questões sensoriais de formas distintas.
– Meninos tendem a demonstrar uma maior hiperatividade sensorial, reagindo intensamente a sons altos ou toques inesperados.
– Meninas, por outro lado, frequentemente apresentam hipo-responsividade, como não reagir a estímulos sonoros ou táteis, o que pode passar despercebido no diagnóstico.
Além disso, meninas são mais propensas a mascarar seus sintomas, o que pode dificultar a identificação de desafios sensoriais. Elas podem, por exemplo, tentar imitar colegas ou se isolar discretamente para evitar situações que as sobrecarreguem.
Impactos no diagnóstico
Essas diferenças podem levar a um subdiagnóstico em meninas, já que os critérios muitas vezes se baseiam em padrões mais comuns observados em meninos. Isso reforça a importância de uma abordagem clínica que leve em consideração as nuances de gênero.
Como a terapia pode ajudar?
Abordagens sensoriais adaptadas são fundamentais. Aqui estão algumas estratégias:
– Integração Sensorial: Técnicas que ajudam a criança a processar estímulos de forma mais eficiente.
– Criação de ambientes sensoriais seguros: Evitar sobrecargas e criar espaços onde a criança se sinta confortável.
– Observação e personalização: Cada criança é única. É essencial observar quais estímulos causam desconforto e adaptar as intervenções a essas necessidades.
O papel do terapeuta e da família
Os terapeutas têm um papel essencial em identificar e abordar questões sensoriais. Já as famílias podem contribuir criando rotinas e ambientes que respeitem essas sensibilidades. No caso das meninas, a atenção deve ser redobrada, pois seus sintomas podem ser mais sutis e requerem observação detalhada.
Conclusão
Questões sensoriais no autismo são complexas e variam entre meninos e meninas. Entender essas diferenças é crucial para melhorar o diagnóstico e a intervenção. Se você é terapeuta ou familiar, continue aprendendo e adaptando estratégias para oferecer o suporte que cada criança merece.
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Referências Científicas
1. Supekar, K., & Menon, V. (2015). Sex differences in autism spectrum disorder: Evidence from neuroimaging. Autism Research, 8(5), 521-536.
2. Collin, S. E., & Davies, C. R. (2018). Sex differences in sensory subtypes in autism. Journal of Autism and Developmental Disorders, 48(7), 2356-2372.
3. Schaaf, R. C., & Lane, S. J. (2015). Toward a best-practice protocol for assessment of sensory features in autism spectrum disorder. Journal of Autism and Developmental Disorders, 45(5), 1380-1395.
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