Instrumento para triagem para o Autismo

O rastreamento de autismo em crianças é uma parte importante da prática médica pediátrica. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como objetivo fornecer cuidados de saúde acessíveis e de qualidade para toda a população brasileira, incluindo a triagem de autismo.

Segundo as diretrizes do Ministério da Saúde, recomenda-se que todos os pediatras realizem o rastreamento de autismo em todas as crianças na sua primeira consulta, bem como em consultas subsequentes, sempre que houver suspeita de autismo ou atraso no desenvolvimento.

O rastreamento pode ser feito utilizando questionários padronizados que avaliam habilidades sociais, de comunicação e comportamentais. Em caso de suspeita de autismo, a criança deve ser encaminhada para avaliação especializada em um centro de referência em autismo.

O M-CHAT (Modified Checklist for Autism in Toddlers) é um questionário desenvolvido para auxiliar na triagem precoce do transtorno do espectro autista (TEA) em crianças com idades entre 16 e 30 meses. Ele é composto por 23 perguntas que avaliam o comportamento da criança em áreas como comunicação, interação social e comportamentos repetitivos.

O M-CHAT foi desenvolvido antes da publicação do DSM-V, a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que atualizou os critérios diagnósticos para o TEA. Como resultado, o M-CHAT dificilmente irá rastrear os autistas de nível 1 de suporte, que eram anteriormente classificados como portadores da Síndrome de Asperger.

A utilização do M-CHAT é simples e pode ser realizada pelos pais ou cuidadores da criança. Eles devem responder às perguntas com base no comportamento da criança e assinalar se o comportamento é “Sim” ou “Não”. Algumas perguntas têm opções adicionais para a resposta “às vezes” ou “raramente”.

A avaliação do M-CHAT é baseada no número de respostas afirmativas. Se a criança pontuar acima de um determinado limite, é indicado que seja encaminhada para avaliação adicional com um profissional de saúde mental ou de desenvolvimento infantil.

Os pais devem entender que um resultado positivo no M-CHAT não significa necessariamente que a criança seja autista. É um indicador que uma avaliação mais aprofundada é necessária. Além disso, é importante lembrar que um resultado negativo no M-CHAT não significa que a criança não seja autista.

Caso a criança seja diagnosticada com TEA, os pais devem buscar ajuda de um profissional especializado para planejar intervenções e tratamentos adequados para ajudar a criança a desenvolver suas habilidades sociais, comunicativas e comportamentais.

Em resumo, o M-CHAT é uma ferramenta útil para a triagem precoce de autismo em crianças, mas não é um diagnóstico definitivo. É uma ferramenta gratuita, traduzida e validada para o português brasileiro.

É importante ressaltar que o rastreamento de autismo é uma responsabilidade compartilhada entre os pais, profissionais de saúde e educadores. Os pais devem estar atentos ao desenvolvimento de seus filhos e relatar quaisquer preocupações aos seus médicos. Os profissionais de saúde devem realizar o rastreamento de forma adequada e encaminhar para avaliação especializada quando necessário. E os educadores devem estar atentos ao comportamento das crianças na sala de aula e comunicar quaisquer preocupações aos pais e profissionais de saúde.

Lembre-se que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a melhorar os resultados a longo prazo para crianças autista.

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4 comentários em “Instrumento para triagem para o Autismo”

  1. Nem sempre os pais estão abertos para essa conversa e nem busca. Isso torna uma complicação terrível na vida da criança e do professor que não tem apoio em sala de aula.

  2. Oi, meu nome é Renata, sou mãe de um menino de 2 e 6 meses, que foi diagnosticado a poucos dias com TEA, e já está fazendo terapias.
    Desconfiei do desenvolvimento dele com 1 e 6 meses, fui em busca do pediatra que me encaminhou para um fono, devido ao atraso de fala etc. Na segunda vez que fui nesse mesmos pediatra ele disse que meu filho tinha preguiça de falar, e ele já tinha sido diagnosticado com TEA enfim, com muita resistência ele me deu o encaminhamento para o neuropediatra que estou esperando pelo SUS.
    Li esse documento e muitas vezes essa atenção dos pediatras não acontece, meu caso é só mais um.

  3. Esse protocolo já está usado em todo a Rede ? Pelo o que vi a recomendação é atender em Caps.
    Tem alguma normativa oficial para tratamento nessas unidades de saúde ?

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